Nossa Toka na beira da Lagoa dos Patos |
Em outubro de 2013 iniciamos a terceira etapa de nossas incursões pelo Pampa. A primeira parada foi no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, seguido da vizinha Lagoa dos Patos em Tavares e Mostardas, no Rio Grande do Sul.
As pesquisas dos ambientes e espécies estão encaminhadas e temos uma pequena amostra das aves captadas em nossas lentes nos quatro dias desta primeira jornada.
Pensamos em fazer várias pequenas expedições para fotografar as espécies para o próximo poster, o quarto da série Aves dos Biomas Brasileiros, iniciado com a Floresta Atlântica, em 2011, seguido pelo Pantanal, em 2012 e Amazônia, em 2013.
Saímos da Ilha de Santa Catarina com chuva e voltamos também debaixo de chuva desde Tavares. No entanto os dias no Parque Nacional foram espetaculares!
Conhecemos pessoas especiais: Batista, da Lagoas Expedições; Seu Manoel; o pescador Jaime e seus amigos, o Professor Geferson Paiva da Escola Pinheiro Machado e ainda o casal viajante Silvia e Públio Rodrigues.
Dicas e trilhas
A recomendação é sempre contar com um guia profissional para os locais difíceis e que podem render excelentes fotos, principalmente aqueles em propriedades particulares. Em nosso caso contamos com o Batista e dicas de experts no assunto: Edson Endrigo e Renato Grimm, fundamentais para o sucesso da expedição.
Algumas trilhas são fáceis e abertas e podem ser visitadas a qualquer momento (desde que não chova), como é o caso da Trilha do Talhamar a 9km ao Norte de Tavares ou 17km ao sul de Mostardas. Até com carros pequenos chega-se na Lagoa do Peixe, cruzando três pontes e seguindo em frente e ao Sul, pela praia até a Barra da Lagoa, local incrivelmente belo e com muitas aves, principalmente migratórias. Não há infra-estrutura e nem postos de combustível. No final, algumas casas abandonadas e um pequeno grupo de pescadores profissionais, em certas épocas do ano, são autorizados a pescar na lagoa, já que é Parque Nacional.
Para fotógrafos profissionais é bom ter autorização do ICMBio em Mostardas. Vale lembrar que não é permitido acampar no Parque e existem boas pousadas na cidade.
Outra trilha interessante é a da Caieira, que sai de Mostardas, 3km ao Norte. Esta trilha tem aprox. 7km de extensão e é possível encontrar muitas aves, tanto no caminho quanto no final. Saracuruçu, Bate-bico, Papa-piri e Ratão-do-banhado, entre outros animais, insetos e plantas.
Próximo a Tavares a Trilha da Figueira (2km ao Sul do trevo) chega na beira da Lagoa do Peixe e dali percorre-se um belo trecho à pé. Aliás, esta é a dica fundamental: muita disposição para caminhadas longas e para aproveitar todos os cantinhos das trilhas, recomendamos o uso de botas.
Quatro dias foram de bom tamanho para conhecer as trilhas e voltar até mais de uma vez. É bom lembrar que é visita para pessoas absolutamente diurnas, dormir com galinhas e acordar entre 4 e 5 da matina, de preferência. Tem bichinho que só aparece no início e no fim do dia, mas também há quem voe pra lá e pra cá o dia todo, como os gaviões, principalmente em dias ensolarados. Junto aos mourões das cercas atente para o acúmulo de cascas de caramujos, pois é sinal de parada do Gavião-caramujeiro.
Preste atenção aos cágados e tartarugas que atravessam o caminho e principalmente fique com o ouvido bem atento aos sons das aves nas beiras das estradas. Assim, conseguimos fotografar um beija-flor-dourado que marcava território, com seu canto forte, ouvido de dentro da Toyota Bandeirante em movimento! Nem precisa dizer que a marcha deve ser lentíssima, quase parando.
O Café Tottas é uma boa dica, atendimento carinhoso, familiar e comida gostosa.
Para quem procura Hotel, a dica vai para o Parque da Lagoa. Sobre acampamento a gente não tem noticia, pois vamos de Toyota/casa, nosso caracol para todos os lugares.
Aves ariscas escondem-se na vegetação flutuante |
Narceja-de-bico-torto (Nycticryphes semicollaris) um presente entre a vegetação aquática |
Flamingo-chileno (Phoenicopterus chilensis) na Barra da Lagoa do Peixe |
Ninho de Cochicho (Anumbius annumbi) próximo da Trilha do Talhamar |
Belíssimo a super arisco, o Cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus) pode ser avistado ao longe |
Esta maravilha é o Papa-piri (Tachuris rubrigastra) que vive entre os juncos na beira das lagoas |
Viuvinha-de-óculos (Hymenops perspicillatus) no seu poleiro preferido |
Nenhum comentário:
Postar um comentário